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Febre Amarela

20/11/2017 23:17

Por Camila Ranzatto Dogo

    Nas últimas semanas, muito foi noticiado a respeito da febre amarela em São Paulo, especialmente devido aos casos de macacos, como bugios e saguis, encontrados mortos por conta da doença em parques da cidade. Para esclarecer, a febre amarela é uma doença causada por vírus, cujos vetores são mosquitos. Traduzindo: quem causa a doença é um vírus, um microrganismo acelular (sem célula), que invade e se reproduz nas células do hospedeiro, que, nesse caso, pode ser o macaco ou o homem; o mosquito é chamado de vetor porque apenas transmite a doença. Quanto aos macacos, são tão vítimas quanto nós e, portanto, não devem ser alvos de "caçadas" como informavam falsas notícias na internet.

    A febre amarela pode causar febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos, sendo que nos casos mais graves, e raros, podem ocorrer insuficiências no fígado e nos rins e, como consequência,  os olhos e a pele podem ficar amarelados (icterícia). Podem ocorrer também manifestações hemorrágicas e cansaço intenso.

    Apesar de grave, sua prevenção é bastante simples: vacinação e controle dos vetores, evitando criadouros dos mosquitos, da mesma forma que é feita contra a dengue. Mas, se é simples assim, por quê as medidas adotadas pelos governos, como fechar parques da Zona Norte de São Paulo e próximos a essa região da cidade?

    Fica mais fácil entender essa medida depois de entender os ciclos da doença.

 

   

Como mostra a imagem, existem dois ciclos: o chamado ciclo silvestre e o ciclo urbano. O que muda, além do local de ocorrência, é o hospedeiro e o mosquito transmissor. Enquanto em zonas de mata os principais hospedeiros são macacos, na cidade o hospedeiro principal é o homem. Com relação à  transmissão, no ciclo silvestre, os mosquitos Haemagogus e Sabethes são os responsáveis por propagar o vírus, uma vez que vivem nas copas das árvores, dividindo espaço com os macacos, dos quais consomem o sangue. Uma vez que o homem invade zonas de mata, torna-se também alvo dos mosquitos e pode contrair a doença; caso isso ocorra, de volta à cidade, se for mordido por um mosquito Aedes aegypti, o contaminará, e esse passará a ser novo vetor.

    Uma vez que a vacina demora cerca de dez dias para "fazer efeito", uma pessoa vacinada há menos tempo poderia contrair febre amarela e disseminar a doença, caso visite regiões de mata.

Fontes: Fundação Oswaldo Cruz

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