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Mieloma múltiplo

29/05/2017 11:15

Por Camila Ranzatto Dogo

    Quando falamos em câncer, diferentes termos, como neoplasia, tumor e o câncer mesmo, são usados, o que pode gerar confusão.  Então, para entender o mieloma, é interessante compreender e diferenciar esses termos.

    Tumor é qualquer coisa que se refere ao aumento de massa de um tecido. Sendo assim, o inchaço de uma região do corpo causado por uma inflamação pode ser chamado de tumor, por exemplo, quando batemos a cabeça e é formado o "galo". Atualmente, o termo termo 'tumor' também é usado popularmente para referir-se ao câncer. A palavra neoplasia, por sua vez, significa "novo crescimento" e se refere à formação de novos tecidos, com a proliferação das células, que podem ser benignas ou malignas. Por fim, o termo câncer refere-se às neoplasias malignas, ou seja, à formação de novos tecidos que proliferam-se rapidamente e que podem invadir tecidos vizinhos.

    O mieloma múltiplo é um tipo de câncer, pouco comum, que pode ser muitas vezes confundido, não pelos médicos, mas pela população em geral, com o câncer dos ossos (osteossarcoma), com a leucemia e com o linfoma. Essa confusão acontece porque o mieloma se inicia na medula óssea, que é o tecido responsável pela produção de células sanguíneas, porém, apesar de estar localizada nos ossos, a medula não é osso propriamente dito. 

    Com relação à leucemia e ao linfoma, assim como o mieloma, são doenças hematológicas, entretanto, afetam células ou órgãos diferentes: o linfoma afeta os linfonodos e o sistema linfático, enquanto a leucemia afeta células imaturas da medula óssea. O mieloma, por sua vez, afeta um tipo específico de glóbulo branco, os plasmócitos, que produzem anticorpos: cada plasmócito produz um tipo de anticorpo, o que é importante para a defesa do organismo. No mieloma, células plasmáticas anormais começam a reproduzir-se descontroladamente e exageradamente, dando origem a muitas células anômalas, então chamadas de células do mieloma, como as mostradas abaixo.

Células do mieloma, reproduzem-se na medula óssea e afetam a produção normal de células sanguíneas, a absorção de cálcio nos ossos e a regeneração óssea. Fonte: https://mielomabrasil.org/recem_diagnosticado.php

 

    Quando as células do mieloma formam um tumor, é chamado de plasmocitoma, porém, chama-se mieloma múltiplo quando afeta a medula em diversos ossos, daí a denominação 'múltiplo'.

    O excesso de células do mieloma pode causar:

  • Diminuição das células produtoras de glóbulos vermelhos, resultando em anemia, com fadiga e fraqueza;
  • Redução das funções do sistema imunológico, com demora para recuperar-se de infecções, uma vez que há a diminuição da produção de glóbulos brancos e também de anticorpos contra diversas doenças;
  • Lesões ósseas, que causam muitas dores. A doença ativa osteoclastos (células ósseas que destroem os ossos no processo de renovação) e inativam os osteoblastos (células ósseas que produzem tecido ósseo no processo de renovação), ou seja, os ossos deixam de passar por um processo de renovação;
  • Aumento nos níveis de cálcio no sangue, que pode causar confusão mental, constipação e fraqueza. Isso ocorre devido à ativação dos osteoclastos;
  • Problemas renais, devido à produção de um anticorpo específico produzido pelas células do mieloma.

    O tratamento envolve, principalmente, quimioterapia e, em alguns casos, o transplante autólogo de medula óssea, que consiste em retirar porção de medula saudável do próprio paciente para reimplantá-lo posteriormente.

Fontes: A.C.Camargo Cancer Center: Entenda as diferenças entre leucemia, linfoma e mieloma múltiplo; Atlas da Saúde: Cancros hematológicos; Oncoguia: Sobre o mieloma múltiplo; International Myeloma Foundation: O que é mieloma múltiplo?

 

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